terça-feira, 14 de setembro de 2010

Quando o Vento Sopra


Morto, aquele aflito coração, já estava. O corpo era apenas a parte densa; a carcaça negra e lúgubre que, na terra, Deus, sabiamente, costuma deixar, a fim de aliviar a angústia dos que temem diante deste abismo gigante que é a morte.
Encontrá-la viva, a partir de agora, somente nos poemas, por ela, escrito. Seu sangue, desde então, será a frígida tinta espessa. Seu rumo estará em cada linha posta e lida. Sua dor será cada pausa; sua angústia, cada vírgula. E em meio este turbilhão de confusas palavra, seu amor é cada rima.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

CUIDE BEM DO SEU CORAÇÃO


Cuide bem de seu lago, com tudo que nele existe.
(....)
E quem sabe, quando crescer,
encontre uma linda moça
Que terá como coração, sementes.

Tendo cuidado bem do seu lago,
Regará, com a límpida água,
Todas as sementes que ela oferece.

Tua água cuidará das sementes,
E quando tiverem filhos, um dia,
Cada um terá como coração, uma planta.

O mais forte, um pé de bambu;
A menina, um campo de lírios;
E o terceiro, quem sabe um poeta,
terá como coração uma enorme árvore,
Onde pássaros farão os seus ninhos.

Então cuide bem de seu coração.
Do seu lago. Pois ele guiará teu caminho,
Desde já, todos dependem dele,
Seja a semente, o bambu, os lírios, a grande árvore e até os passarinhos.