Toda moeda tem dois lados, mas só um lado deve ser cara para que o outro seja coroa (o valor). Moedas com duas caras são desprovidas de valores... não são moedas... seriam como fichas que, descartáveis, usamos num brinquedo no parque para tentar a sorte. E também tem outro fato: um lado ser cara e o outro coroa é o que faz existir a moeda... como a escuridão não existe sem a luz, o esquerdo sem o direito... logo, uma pessoa de duas caras é uma pessoa vazia, pobre... que não existe.
quinta-feira, 18 de junho de 2015
quarta-feira, 27 de maio de 2015
DISTÂNCIAS
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Agachado Atrás da Porta
Que seus olhos
verdes olhem nos meus negros olhos
E você não consiga segurar a tremedeira dos
seus ossos,
E se contraia, ainda
relute, soque os peitos como açoite,
Até seu corpo
desistir do exílio e voltar para um braço amigo.
Estirando se
perdido,
o corpo lúgubre não pesa mais nas mãos do
amigo.
Deixe rolar uma
lágrima,
Como uma gota de
orvalho na noite enluarada.
Não há mais corpo,
só a alma ferida, atormentada e machucada, dilacerada, enternecida;
Pela vida. Como
qualquer pessoa, então perdoa o que tanto lhe magoa.
A ferida, vai estar
sempre escrita,bem marcada, nas costelas e virilhas, mas não faça dela a sua
vida.
Finda com aquilo que
te finda. Aniquila.
Desça desse lugar
que não é teu, pelo amor de Deus,
A culpa não é sua da
fatalidade que aconteceu.
E as decepções de
infância lhe fizeram um homem extraordinário
Então, não vista a
armadura para a luta contra seus monstros do armário
Isto é apenas um ato
falho...
Vá vestir a bata, e
ser simples , e descalços.
Ser forte é lutar
contra os internos fatos.
E se digo isto, é
porque eu
Não quero mais ouvir
você chorando sozinho, agachado atrás da porta.
Agachado atrás da
porta.
sábado, 8 de setembro de 2012
Mariana
Se despenteia
E vai subindo a ladeira .
E latão na cabeça .
Ôtro na barriga ,
E mais três em casa
Cum direito a lombriga .
Cantarolando e
De baixo do Sol ,
Êta, Mariana !
sábado, 12 de maio de 2012
sábado, 31 de março de 2012
Paris
Paris
Notre-Dame
de l'amour.
Paris
Ta
lumière me conduit.
Nuit
oubliée
dans la rue.
Chanson
perdue
dans la nuit.
C'est
juste une autre chanson,
oublié
dans le noir.
Oh,
Paris!
(Tradução)
Paris
Nossa Senhora do amor.
Paris
Sua luz me conduz.
Noite
esquecida na rua.
Canção
perdido durante a noite.
É apenas uma outra canção,
Perdida no escuro.
Oh, Paris!
Nossa Senhora do amor.
Paris
Sua luz me conduz.
Noite
esquecida na rua.
Canção
perdido durante a noite.
É apenas uma outra canção,
Perdida no escuro.
Oh, Paris!
sexta-feira, 9 de março de 2012
CARTA DE UM CONDENADO
Em alguma ilha distante, 09 de Agosto de 1762
Daqui
à uma hora, o Sol despontará no horizonte, saindo de dentro do imenso mar que
posso, com dificuldade, contemplar através da pequena janela de minha cela. Na
verdade a palavra janela é um tanto otimista para designar o pequeno buraco com
grossas grades enferrujadas pelo qual a luz do amanhecer entrará. Daqui à uma
hora... Um guarda virá. Quem sabe dois? Seria eu merecedor de dois guardas para
me tirarem dessas correntes pesadas?
Fardo que carreguei por vinte anos. Isso! Há vinte anos preso,
torturado, estuprado por todas as atitudes e palavras mais violentas que um
homem pode suportar, condenado à forca. À morte. E depois da condenação, jogado
nesta cela como um brinquedo que uma criança abandona e nunca mais lembra que o
teve. Porque como vocês sabem, criança tem a memória muito curta. Os adultos
também.
Porém,
nesta noite, minha última noite como um condenado, avistei a estrela da manhã e
ela brilhava mais do que nunca, com toda sua magnitude e beleza. Fitei-a
profundamente, e foi quando em um grande fulgor ela me revelou seu grande
segredo.
Tolos
os que me acorrentam nesta cela. Condenaram-me a algo ao qual já nasci
condenado! Nascer é estar condenado à morte! E se sofri, se chorei, se sangrei
até meus órgãos se cansarem de lutar e desistirem, foi pela fantasia de que
esse sistema que me encadeou tinha o controle sobre a minha vida! Padeci por
ilusão!
Então,
me liberto! Quebro aqui, o meu ciclo de vida e morte! Esta é a minha carta de
alforria! Assinada por mim!
Quando
o capataz puxar a alavanca, apenas um corpo se moverá à lei da gravidade. Vai-se
apenas uma parte de mim. Estarei vivo nesta carta. Em cada letra, em cada
palavra, em cada oração! Oração. E agora que você, por um acaso do destino
encontrou-a e leu-a, torno-me vivo dentro de ti! No coração do estágio mais
profundo do teu ser. Te liberto! E sempre quando, uma hora antes do Sol iniciar
a aurora, você avistar a estrela da manhã, juntos seremos um só! Eu, você, e a
estrela! Felizes, em paz e em liberdade!
Obrigado minha outra metade,
Thomas
Harrison
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