segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Agachado Atrás da Porta



Que seus olhos verdes olhem nos meus negros olhos
E  você não consiga segurar a tremedeira dos seus ossos,
E se contraia, ainda relute, soque os peitos como açoite,
Até seu corpo desistir do exílio e voltar para um braço amigo.
Estirando se perdido,
 o corpo lúgubre não pesa mais nas mãos do amigo.

Deixe rolar uma lágrima,
Como uma gota de orvalho na noite enluarada.
Não há mais corpo, só a alma ferida, atormentada e machucada, dilacerada, enternecida;
Pela vida. Como qualquer pessoa, então perdoa o que tanto lhe magoa.
A ferida, vai estar sempre escrita,bem marcada, nas costelas e virilhas, mas não faça dela a sua vida.
Finda com aquilo que te finda. Aniquila.

Desça desse lugar que não é teu, pelo amor de Deus,
A culpa não é sua da fatalidade que aconteceu.
E as decepções de infância lhe fizeram um homem extraordinário
Então, não vista a armadura para a luta contra seus monstros do armário
Isto é apenas um ato falho...

Vá vestir a bata, e ser simples , e descalços.
Ser forte é lutar contra os internos fatos.

E se digo isto, é porque eu
Não quero mais ouvir você chorando sozinho, agachado atrás da porta.
Agachado atrás da porta.

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